AFRICAN SPEARFISHING DIARIES - VOLUME 3

AFRICAN SPEARFISHING DIARIES - VOLUME 3
Comming soon...

Barred Rubberlip, world record submit story: (As told to Larry Carter)



"As usual the boat went on the water around 6 am… Emiliano, the boat owner, Francisco, our skipper, Dave, an invited guest and me…one hour later we were in the ledge before Danae reef, hopping for some Dog Tuna.

After a few dives, a Dog Tuna, an Emperor and some nice Whitebarred Rubberlips, we decided to go to the reef in search of some Red Snappers.

Arriving at the spot, the visibility was great as the fish could be seen right from the surface some 18 meters below. Emiliano and I went first, Dave stayed on board…after a few dives the Red Snappers weren’t collaborating so I decide to drift a bit far from the chosen spot, from the surface I could see some snappers down below, so I dive to intercept them…reaching the bottom they run away so I hide behind a rock in order to appeal to their curiosity, after one minute on the bottom and the fish reluctant to enter, I slowly swim from behind the rock, and a bit to my left I can see a huge Barred Rubberlip getting inside a small cave. I stop, turn slowly, and position myself on the side of the cave in order for the fish not to see me completely…I wait, already in my last seconds before I need to hit the surface…gun aimed at the entrance, finger on the trigger…slowly the Rubberlip comes out to take a look and as sonn as it shows its full head I shoot and hit him straight behind the eye, a kill shot…I leave the gun down and head for the surface…I call for the boat and make another dive to retrieve the fish and the gun…

On the boat we got curious about a world record for we had never shot a Rubberlip that big…

Later on the dock at Clube Naval they tell me the scale as well as the weight master where not available that Sunday so we took the fish to a fishmongers shop to see how much did it weight. It did 4,790 kg on that scale so I decided to keep it frozen in order to know what was the record.

At night, back home I could see there was no record and being so, I decided to apply for it. Three days later I unfroze the fish and took it to Clube Naval to be weighted in their certified scale, by the clube’s weight master. Gathered two random witnesses, present in the local at the time and proceeded with the weighting and measuring.

It tipped 7,4kg, 68,5 cm of length and 59,5 cm of girth."

Obrigado ao "Jeito", o nosso skipper, ao Dave Charley pela companhia e boa disposiçao, ao meu irmão de mar, Emiliano Finocchi pelo apoio e ajuda e ao Jorge na qualidade de representante do Clube Naval de Maputo por se ter disponibilizado para a pesagem!!!

PS: ...e á minha esposa por me aturar!!!

Sábado nos Baixos...

A manhã nasceu, com um Norte leve que a veio visitar e enquando visto o casaco de 3mm, vislumbro o azul claro destas águas de Inverno com a visão de uma baleia a saltar no horizonte anunciando a chegada de águas mais frias...

Sentado, aguardo com antecipaçao, ondulando com o barco á medida que este se afasta do ponto escolhido, preparando a deriva...os motores páram...é tempo de entrar na água...

...troco a cor suave do céu Africano, por um azul brilhante e vivo, com alma propria, profundo e limpido, prenuncio de pelagicos...

Estamos no Baixo St. Maria, um local mágico de visões inesqueciveis, repleto de memórias com tons fortes de emoção...por baixo tenho cerca de 60 metros de agua que lentemente sobem até aos 37 e depois abruptamente até aos 21, terminando no topo do Baixo num carrocel de cores e formas vivas tipicos deste tipo de recifes...

...o flasher desce até aos 18 metros e com a corrente que se faz sentir, os "duster's" e a amostra final nadam quase que naturalmente, dando-lhe um aspecto no minimo intrigante, atiçando a curiosidade áqueles que habitam a coluna de água...

Ventilo e desço...passados alguns metros sinto a termoclina e páro...estou a 16 metros é é altura para analisar o cenário que me rodeia...o fundo agora a cerca de 40 metros de mim é perceptivel e um pouco acima deste uma ou outra forma sem distinçao passam quase despercebidas, longe do alcance da minha visão, o flasher deriva a cerca de 10 metros de mim e um pouco abaixo...nada a assinalar...um olhar á retaguarda antes de subir, pois estou no reino do tigre e do martelo e inicio a subida calmamente...

...assim que atinjo a superficie, faço sinal e o Emi desce devagar...á meia agua junta-se-lhe um cardume de cavalas que por ali ficam buscando protecçao...apesar de tudo nem sinal de peixe...

Mais dois mergulhos a cada um e estamos em cima do Baixo...o Emi chama o barco e lá vamos nós, corrente acima preparar outra deriva...desta feita peço ao skipper que nos deixe a 300 metros do pinaculo para uma deriva mais longa na quota dos 60...

Entro na água...deixo o flasher desenrolar até ao fim do flurocarbon e ventilo, concentrando-me na amostra que balança algures lá bem em baixo...uma barbatana levanta enquando a outra se lhe junta, o corpo afunda e ao fim de uns quatro movimentos deixo-me simplesmente cair...deslizo até passar o flasher e começo a abrandar...nive-lo e já na horizontal sondo as redondezas...estou a 20 metros no meio do nada, no entanto sinto-me em casa, relaxado e em sintonia com aquele tom escuro que me deslumbra...no meio desta imensidao surge uma sombra, ainda tenue e um pouco abaixo...pelo nadar desinteresado e directo reconheço-lhe a forma e desço de imediato ao seu encontro...este vira e inicia a trajectoria tipica de fuga...nado o mais que posso para me colocar nas suas costas e ao alcance de tiro...assim que atinjo o ponto morto da sua visão á retaguarda este executa o movimento esperado e vira-se para me observar oferencendo o flanco...está longe a uns 6 ou 7 metros de mim e eu a 25 metros de fundo depois desta correria toda...é agora ou nunca...apondo, rodo ligeiramente o punho e disparo...de repente o carreto dispara freneticamente com aquele som tao caracteristico...inicio de imediato a subida...sempre com a mao na dyneema tentando travar um pouco a sua fuga...atinjo a superfice esgotadissimo e quando tranco o carreto já nem meio metro de dyneema tinha...arranca de novo e eu afundo de novo para nao o rasgar...de volta á superficie recupero os metros que posso até o peixe arrancar de novo...danço com ele durante um quarto de hora até chegar ao shooting line...finalmente vejo o tiro na barriga quase a rasgar, apanagio da distancia que o arpao percorreu até atingir o peixe...grito pelo Emi ao que este nao desaponta dobrando imediatamente com um tiro mortal na espinha...

Por fim a bordo e entre risadas e boa disposiçao observamos este Serra fruto de um bom trabalho de equipa desta dupla que cada vez mais caça em sintonia....





Já o sol ia alto em jeito de meio dia quando o vento parou...ora vamos para aqui...ora vamos para ali...ficou a coisa pelo meio termo e la se rumou ao Baixo Danae...

Agua limpa e reluzente que nem carro de reformado em Domingo de missa...de cima do Pompano até se via o navio e havia mesmo quem jurava a bordo ver os peixes la em baixo...findo o preguinho da bomba do Bruno e uma Coca-Cola a acompanhar para aconchegar a alma, era altura de decidir o plano de ataque...

"...é para os vermelhos!!!" dizia o Emi convicto, "...és um homem ou és um rato?"...eu nestas coisas de "vermelhos" já sei em que fica a historia, mas teimando em nao desapontar pego a 150 e lá vamos nós...

Após a barrigada de costas, a já tipica manobra de abordagem á agua, lá estamos nós lado a lado mirando o fundo...nem um, nem o outro...ninguem descia...sinal que o preguinho estava bom e a Cola ainda melhor...lol...

Decidido la desceu o Emi, qual cruzado Italaliano em terras de sarracenos, determinado a fazer juz á sua decisão e fazer baixas entre as hostes de Red Snapper's...antes de mais convem explicar que estes rapazes não são nada cooperantes, de facto estes bichos são má raça, de uma desconfiança tal que acho que nem ao pai ou á mãe se chegam, não acreditam no Pai Natal, são bravios comos os touros em Santarém, daqueles sem corantes nem conservantes, nem codigo de barras!!!

O rapaz lá desceu os ditos 18 metros...encontrou uma chapeleira onde se barricou que nem mexilhao agarrado á rocha em dia de maré viva e durante mais de um minuto e meio ninguem dali o tirou...voltou triste...muito triste...então fora fazer visita e nem um olá?...nem um para contar uma historia?...que falta de educaçao...de facto charme é coisa que defenitivamente não têm...

Vendo o caso mal parado encho a peitaça tipo peru, até não caber mais ar e desço decidido a dar guerra a estes Turcos...barricado no mesmo baluarte, lá os via a passear á minha frente, um após outro...aquilo parecia o Fashion TV em noite de passagem de lingerie da Victoria Secret...pura pornografia a estes olhos sedentes de sangue...era um maior que o outro...e eu ali, feito mirone a gozar o espetaculo...entrar nao entravam...mas lá que gozavam bem comigo...regressei com a mesma carinha que o Italiano...olha que dupla...um Tuga e um Fetuccini a levarem puro bilhete daquela cambada...enfim...

Foi meia hora disto, um apos outro e nada...farto da coisa decidi outra estrategia...a mesma dos dentudos la para os lados do Peão D. Fernando que isto de peixe africano a dar baile a caçador Luso não é para o filho da Filomena...afasto-me uns bons metros e desço atras das caldeiras...metro após metro la me fui aproximando...parei...estiquei o braço...mira feita e passei á tecnica do pombo...glu glu glu glu...aquilo é mortal para estes animais...talvez gostem de canja, nao sei, o que é certo é que entraram logo uns quantos na casa dos 3 a 4 kg...deixei passar...e andar ali á minha volta...esperei...esperei e la vieram uns jackpots...o maiorzito virou e fez-se de rogado...se calhar é mais tipo para faisão, com gosto refinado...mesma sorte nao teve o segundo que ao entrar dentro da zona dos 5 metros não tardou em sentir o vil metal...zás tiro a meio...agarrar a dyneema com unhas e dentes...ele para um lado...eu para o outro...ganhou o Portugues e la veio este magnifico quebra cabeças que tanto gosto nos dá caçar fazer companhia á malta a bordo do Pompano!!!



Em jeito de visita de médico ainda deu para fazer o gosto ao dedo e ferrar uma dourada junto da torre do farol afundado...




Mas o dia nao terminou sem um pouco de Fetuccini al Dente...Nastro Azzuro no seu melhor, a ventilar que nem ar condicionado em noites de calor Alentejano, arranca para o fundo passando pelos ferros do Cockburn como um verdadeiro ninja Italiano...eu nem queria acreditar...uma perfeiçao...o peixe do outro lado, ocupado nas suas lides, nem o viu chegar..teve tempo de olhar para ele...escolher onde o ferrar e pimba...ferro no lombo..."nao tusguiu nem musguiu" ficou logo ali...uma magnifica Bicuda, digna de recorde...Emiliano em alto estilo...




Assim foi mais um dia de caça na companhia do Emiliano por terras de Moçambique...