AFRICAN SPEARFISHING DIARIES - VOLUME 3

AFRICAN SPEARFISHING DIARIES - VOLUME 3
Comming soon...

Dia de cão...

Para mim foi mais que um trofeu...

...foi uma conquista!!!

Persigo estes animais há mais de tres anos...desde triangular aparecimentos esporadicos, capturas á cana, conversas com caçadores, pescadores, muitas milhas a verificar coordenadas, muitas horas a observar dados, temperatura da agua, correntes, pressao atmosferica...muitos tiros falhados, alguns arpoes perdidos...enfim...

...foram tres anos...ao que parece valeram ontem finalmente a pena...eram mais de 20 no mesmo sitio...perdi um bem maior que eu...rasgou-se ao fim de 20 minutos de luta...falhei outro por nervosismo...mas sempre trouxe algum para recordar...

Embora modesto para mim tem um sabor especial, pois estes animais sao residentes e assim que as condiçoes ideais se repetirem sei que nos vamos encontrar de novo...


Momentos no Azul...

Flutuo sem esforço, ondulando ao sabor de uma Nortada que me embala deixando para trás memorias e pensamentos da vida quotidiana, sempre numa correia sem fim e por vezes sem proposito...aqui sou apenas eu e a imensidão do mar...acalmo-me ventilando, sem pressas viajando na corrente quente das Agulhas vinda de terras de Madagascar e de ilhas de sonho ao longo do canal de Moçambique...

Estou a mais de 70 milhas de costa e aguardo pacientemente o momento certo para descer...como que num piscar de olhos, o azul á pouco desprovido de vida, tal tela aguardando a arte de um pintor, muda para um quadro de cores e movimentos, anunciando o momento esperado...sao os Fragateiros que picam incessantemente a bola de peixe, ou um ou outro Albatroz com o seu porte imponente, juntando-se á algazarra...cheguei á bola...chegou o momento...

...uma barbatana sobe, enquanto o corpo se arqueia e a arma se lhe junta...inicio a descida...la em baixo, a cerca de 14 metros, o flasher marca a zona para onde me dirijo e conforme se aproxima vou abrandando e nivelando o corpo...páro, verifico a posiçao do floatline certificando-me que nao esta encostado a mim e verifico as redondezas...um pouco por baixo um Bronze Whaler vem verificar o novo vizinho, dá uma volta e regressa ao fundo desaparecendo tao misteriosamente como apareceu...ouve-se um estrondo...a bola comprime-se...fecha-se e sobe em unissono, cada pequeno peixe procura segurança no proximo, rodando e rodopiando sempre para o meio daquela carrosel de vida...olho de novo á volta e vejo o motivo de tanto alvoroço...vejo pelo menos tres...o maior afunda quase que imediatamente e eu com ele...primeiro numa corrida tipica do primeiro encontro que vou freando conforme a profundidade aumenta e a distancia ao peixe diminui...procuro colocar-me nas suas costas pois sei que assim que o fizer ele vai virar de imediato para verificar a minha posiçao...dito e feito...aponto calmamente, afastando o floatline com a mao esquerda...primo o gatilho e no final de um tiro longo surge um brilho que desaparece como um relampago numa noite de tempestade...o floatline corre, o relogio marca 26 metros...é altura de subir...atinjo a superficie com calma, enquanto passo a arma para o ombro esquerdo pelos elasticos, segurando-me ao bungie já quase na boia...deixo correr até se cansar e inicio a recuperaçao...nadando sempre para o lado de fora do cabo, deixando o correr para tras de mim...metro a metro...braço a braço o peixe vai tomando forma no fim da dyneema que já se vê...mergulho mantendo a tensao, uma mao corre o arpao e a outra agarra a cauda...dá-se o tremer tipico de um ultimo suspiro terminando quando lhe consigo agarrar o operculo e passar a mao pelas guelras...

Chamo o barco e enquanto espero contemplo o momento que me trouxe aqui, saboreando segundo a segundo este local longinquo e cada emoçao que me faz sentir...dando vida ao meu imaginário dia apos dia e lembrando-me o motivo pelo qual a caça faz parte de mim...

Caçadas "Standart"...

Não sei se por saudades de Portugal ou apenas para variar, nas ultimas caçadas resolvi optar por usar mais a 90 e fazer uns tiros "á lá Lusitana"...

...ora ao buraco ou á espera aqui fica a prova que com armas mais modestas também se fazem uns peixinhos no Indico:

Caçada de Marrecos, um tipo de Sargo em tons de Pargo que proporciona lances engraçados.



Enchadas, um peixe calmo mas que por vezes "finta" deixando-nos a pensar porque falhamos o tiro.




O Boca Negra é um trofeu e tanto!!! A seguir ao Red Snapper e ao Luciano está sem duvida entre os peixes mais inteligentes das nossas paragens. São muito desconfiados, não permitem qualquer aproximação, na caída afundam logo e para entrarem nas esperas são um pesadelo.
Têm uma particularidade...entocam!!! Estes para quem gosta de peixe dificil em buracos tortuosos são um verdadeiro desafio!
Aqui ficam tres tirados a 16 metros após muita volta dada!





Por fim não poderia deixar de parte um bom serranideo entocado, talvez saudades dos Meros...




E assim se vai matando saudades...