AFRICAN SPEARFISHING DIARIES - VOLUME 3

AFRICAN SPEARFISHING DIARIES - VOLUME 3
Comming soon...

Cronicas de 2008 - O serra e a barracuda...

Aqui vai mais uma crónica de Moçambique...


Hoje era dia de muito peixe...hoje era dia de peixe grande...hoje as condiçoes metereologicas apontavam para um excelente dia de vento calmo com uma leve brisa do quadrante Este e a virar Norte mas só par o fim da tarde......hoje...bem hoje era dia de ir ao Funguwana, (tubarão em Maxangan)...

O Funguwana é uma zona de rocha, num fundo que varia entre os 16 e os 19 metros, onde a agua quase nunca limpa e a visibilidade media ronda os 3 a 5 metros...Aqui em regra está cheio de peixe...sobretudo peixe de fundo mas com excelentes exemplares de porte de diversas especies... e como o nome indica tambem é um local propicio para encontros com os nossos amigos "Tobias"... Saí de casa eram 03:55 Am...ás 04:20 Am ja tinhamos o barco na agua e estavamos a navegar para o "tal" famoso ponto, situado 43 milhas a Norte de Maputo...passado uma hora e de olhos postos no Farol Lacerda, (a marca de terra daquela zona) eis que chegamos ao Fungwana...

Mergulho após mergulho a desilusao foi total ao verificar-mos que quase todas as rochas estavam açoreadas e pouco restava senão um coral ou outro e uns poucos papagaios, aos quais em regra não damos caça a menos que seja para o tacho...

A solução encontrada foi rumar para fora e fazer alguns mergulhos no azul...Sem pássaros, nem bolas, a melhor solução é rumar para a zona da termoclina e apostar num flasher com bastante brilho e “barulhento” aumentanto as chances de avistar algo naquela imensidão azul...

Ao fim de alguns mergulhos, já o Vasco e o Emiliano tinham embarcado alguns serras de medio porte, resolvi então descer um pouco mais que os 15 metros habituais em busca de um serra maior...estes peixes andam fundo, ou pelo menos mais fundo que os wahoos, o marlin ou o veleiro, entram bem ao flasher com uma curiosidade natural que lhes é caracteristica e permitem lances de franca perseguição...

Dito e feito e eis que já em fim de apneia entram tres de bom porte, um pouco abaixo de mim...observo-os e ao sentir a sua confiança faço-me ao que está mais perto avançando um pouco mas apostando num tiro longo para não o assustar...a 130 com dois elasticos de 16mm cumpre na perfeição estes tiros entre os 4 e os 5 metros varando o serra de lado a lado...inicio a subida com calma observando o floatline que passa por mim bem rápido enquanto a arma sobe ao meu lado quase ao mesmo ritmo...mais metro, menos metro, a dança do costume e após uns 10 minutos está na mão e pronto a embarcar...



Mais alguns mergulhos e eis que avisto uma mancha preta larga e uniforme composta por formas longitudinais movendo-se em uníssono...são as barracudas apache, como aqui lhes chamamos, ou Sphyraena barracuda, as maiores da sua especie...muitos mais agressivas e lutadoras que a Sphyraena flavicauda, ou barracuda de cauda amarela, outra especie tambem presente em aguas Moçambicanas...deixo-me estar pois sei que não terei outra chance com o cardume pois está de passagem...espero o mai simovel que posso e quando ja estam perto viro-me para fora e começo a fugir lentamente...a segunda maior saí imediatamente da formação levando outras 5 com ela e dirige-se para mim...páro e deixo-me afundar...ela pára, dá o flaco para me observar o suficiente para um tiro perfeito na lateral...começa a festa...o carreto roda furiosamente levando quase todos os 40 metros antes de eu sequer chegar á superficie...tenho de a travar...agarro a dyneema o mais que posso até cortar a luva mas consigo chegar lá acima...tranco o carreto enquanto sou rebocado e passo a acção para a dyneema recuperando metro a metro, braço a braço, sempre para o lado de fora para nao ficar enrolado...35 metros depois está á minha frente...agarro o arpao com força enquanto ela luta como pode numa tentativa de morder o braço, a mão ou o que estiver perto...um puxão rapido no arpão e coloco uma mao junto ao corpo enquanto a outra agarra do outro lado...está pronta para por no barco...estes peixes não são particularmente dificeis mas é aqui na ultima parte da recuperaçao que se dão os acidentes...com aqueles dentes garanto-vos que a dentada não é nada agradavel...



Antes do terminar o dia ainda visitamos alguns locais mais perto de terra onde capturamos mais uns xareus, uma garoupa e alguns pargos...

Abraços de Africa...e boas caçadas!!!

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