AFRICAN SPEARFISHING DIARIES - VOLUME 3

AFRICAN SPEARFISHING DIARIES - VOLUME 3
Comming soon...

O primeiro mergulho do ano...

Longa ia a secura e a falta de mar fazia-se sentir ate na alma que por entre recordaçoes de peixes ja se indagava se ainda saberia o corpo nadar ou nao...

Perante tais duvidas existenciais o melhor mesmo é por tudo de molho com uma valente dose de oceano Indico e uns bons trofeus á mistura...

A companhia nao podia ser melhor pois na Segunda Feira tinha chegado o Miguel Furtado de Portugal, e á noite por entre um sashimi de serra (spanish Mackerel) trocavam-se palavras sobre feitos e guerras vindouras com aquele calor humido e abafado que exige umas boas Laurentinas (cerveja local) fresquinhas a acompanhar...

Terça de manha e ja um pouco tarde, reune-se a tropa no Naval e enquanto o barco desce mais uma vez a rampa pode-se sentir a anticipaçao da caçada por entre os olhos do Miguel...

O mar estava picado com uma Nortada a entrar nos seus 18 a 21 km por hora o que durante 40 milhas nao mata...mas moi!!!

Chegados ao Baixo 24, equipamo-nos e preparamos o material para aquelas batalhas epicas ja a sonhar com pelagicos de porte...o Jeito (o nosso Skipper) dá o sinal e entramos suavemente na agua, um a um, primeiro eu, depois o Mike e por fim a Eva com a sua Monopalma que veio conosco treinar umas apneias e tirar umas fotos caso a ocasiao se proporciona-se...

…desilusão total…

A visibilidade iria no maximo a uns 4 ou 5 metros, o que ali naquela zona está bem longe do saudavél...se é que me entendem...

Mudança de planos e resolvemos ir visitar o Baixo Danae que certamente estaria mais agradavel, e como a corrente nem se fazia sentir muito era o momento ideal para uma visita aos navios afundados...
Chegados ao Baixo peço ao Jeito para fazer uma deriva desde o drop interior até ao ultimo navio, passando pela bola de "fusiliers" (forragem que ali se junta) que se avistava como é costume...
Dito e feito aí estamos nós dentro de água, desta feita ja com uma visibilidade na cota dos 10 metros...apesar da baixa profundidade aposto em derivar com o flasher á minha frente o que naquela zona pode produzir resultados interessantes...

...a meio da deriva surjem algumas pequenas barracudas, deixo-me derivar mais um pouco e eis que me surje a primeira presa do ano...um excelente exemplar de barracuda...afundo calmamente, aproximando-me dela com alguma descrição tentando nao ser demasiado obvio...a barracuda mantem a trajectoria deixando-me aproximar o suficiente para um tiro perfeito na espinha...com ela ja de lado num tremer tipico dos tiros na coluna chamo o barco...sento-me a bordo e contemplo a minha primeira presa deste ano...



Na segunda deriva, o Miguel falha um pargo verde numa espera por entre papagaios, cirurgioes e unicornios que se juntam antes do drop numa bola de cores e movimentos lembrando um carrossel á meia água...

...a derivar por cima das caldeiras apercebo-me de um vulto bastante volumoso e desço para o interceptar...como é apanagio destes "senhores" assim que me sente inicia a sua retirada calmamente o que ainda me dá tempo para lhe colocar um tiro a meio corpo de lado a lado...o arranque é simplesmente brutal, o carreto vibra e corre assobiando como é tipico destes lances...apresso-me a chegar á superficie para agarrar a dyneema...assim que o faço sou puxado de uma forma violenta e arrastado sem qualquer hipotese de recuperaçao, passo pelo Miguel ao qual dou um tremendo encontrao pois largar esta completamente fora de hipotese..."mergulha, mergulha...dobra, dobra..." grito eu mas o animal da a volta de novo e ao fim de uns 3 minutos de boleia com o Mike a tentar apanhar-me eis que se consegue desferrar...com seguramente mais de 45 kilos este foi o primeiro Ignobilis perdido este ano...certamente outros virao...

…mais uma deriva e foi a minha vez de me debater com um bom pargo verde...infelizmente os elasticos enrolaram-se com o shooting line impedindo o carreto de funcionar, (a dyneema tem destas coisas ), e o pargo teimava em nao ceder nem um centimetro...o Miguel la em cima nao se apercebeu da cena e a mim restou-me largar a arma ja em fim de apneia e com 17 metros por fazer...durante a subida reparo que o pargo optou por se refugiar num buraco ali perto, levando consigo a arma e uns quatro tubaroes...
Ja na superficie chamo o Miguel para observar ao vivo as investidas dos nossos amigos cinzentos que se revezavam e tentavam insistentemente abocanhar o pargo ainda dentro do buraco...entretanto juntaram-se á festas mais umas tres garoupas entre os 30 e os 60 kilos...no meio da confusao o pargo tomou a pior decisao possivel e tenta fugir...o Miguel observava atentamente enquanto o desgraçado era estraçalhado em pedaços...nem dois metrops conseguiu andar...no meio desta confusao pedi ao Miguel a arma carregada e desci para capturar uma das garoupas....uma caida perfeita um pouco por cima daquele festival e um tiro certeiro...a garoupa, ferida foge imediatamente para o mesmo buraco de onde anteriormente saíu o pargo...e atras dela a comitiva toda...bem só visto...

O Miguel ja tinha a outra arma na mao que prontamente recuperou apos a confusao inicial e enquanto a carregava acabou por se afastar um pouco com a corrente...sozinho, agarrava agora a arma com o carreto ja trancado impedindo a garoupa de entrar mais ainda o que poderia tornar a extraçao uma verdadeira chatice...
Chamo pelo Miguel e pouco depois este surje mais a Eva...ventilo-me e desço para avaliar a situaçao...a garoupa estava acessivel mas ja tinha entortado o arpao, e os tubaroes nao paravam de circular...fiz-me a um e depois a outro com o intuito de os assustar...resultou...subo...ventilo...desço de novo, desta feita decidido em traze-la comigo...puxo-a devagar para fora...e subo lentamente com ela para nao causar muito alarido pois eram cerca de sete a rondar e se a garoupa tenta-se fugir de novo certamente iria dar confusao...passo a garoupa ao Jeito e sento-me a descansar um pouco depois de tal "tourada"...o Miguel estava deslumbrado com aquele circo todo o que para um caçador habituado ás lides Europeias certamente seria de esperar...



Findas as "danças com alfaiates" é tempo de tentar uns lucianos...rumo para dentro a uma zona onde sei que estarao...no estofo da maré é a altura perfeita para uma caida nos Ferros...a 20 metros de fundo e com uma visibilidade a rondar os 8 a 10 metros faço sinal ao Miguel e este deixa-se cair...pouco tempo depois desço tambem...páro a uns 2 metros do fundo e observo o cardume ja "tocado" pois teima em nao entrar...olho para o lado e vejo um luciano totalmente enrolado na estrutura de ferro...o Miguel tinha ferrado um...aguardo...aguardo...escolho um dos maiores e disparo...o tiro falha a cabeça e com o arpao na barriga vejo o meu peixe tomar o mesmo destino que o do Miguel...os ferros!!!
...resumidamente, ao fim de uns 40 minutos a desembaraçar dyneema la consegui tirar o ultimo peixe...isto com mergulhos repetidos a 20 metros deixa-me exausto e enquanto contemplo o meu luciano decido rumar para aguas mais baixas...




Chegados ao Cabeço e feito o pequeno briefing da zona o Mike mergulha junto a mim...deixamo-nos cair e á meia agua surgem os fulvies...faço sinal e o Miguel prontamente lhes dá uma perseguiçao que nem galgo atras de lebre em dias de corrida...ao ouvir o tiro olho e vejo-o a recuperar o bicho avidamente...metro apos metro ate o ter na mao e agarra-lo que nem mexilhao á rocha numa noite de mare viva...




Mais um mergulho e ferro noutro fulvie que se escapa para o fundo...a meio da recuperaçao sou subitamente puxado com uma violencia tipica daquela senhora...eis a Roalina em acçao...chamo o Mike que mergulha e regressa abismado com tal corpulencia..."...parece um porco gigante com barbatanas..." dizia ele...

Com um ignobilis em vista resolvo tentar a estrutura de fundo a 300 metros dali...de novo pequeno briefing e la vamos nós...

Desço ate á areia e deixo-me deslizar ate perto dos ferros da antiga torre que deixamos para tras...vejo tres...todos dentro do mesmo tamanho...afasto-me um pouco e sou imediatamente localizado...antes que o ultimo fuja arranco para dentro dos ferros e consigo um tiro a meio corpo ao qual o ignobilis responde com um enrolanço total cosendo literalmente a estrutura...a dyneema aguenta e apos longa recuperaçao de corte e costura la vem o bicho para cima...




Com o intuito de testar uns tiros longos com a nova arma, decido fazer-me aos pargos...desço pela estrutura encosto-me na periferia e espero...um pargo de beiços ronda a zona e sei que se o quero apanhar a espera vai ser longa...relaxo, deixo a arma junto á areia e aguardo...devagar aproxima-se e quando resolve virar subo lentamente a arma e tiro fatal...em cheio nos olhos...

Com um "look" um pouco Camoniano eis o meu quinto peixe do ano, um optimo exemplar de "rubberlip" ou pargo de beiços...



E assim foi o meu primeiro mergulho do ano...um regresso agradavel e em excelente companhia, com emoçao QB e muita diversao...

Um abraços a todos e boas caçadas...

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Fantastica descrição dos mergulhos.
    Gostei muito de ler aqui estes Report.
    Grandes pescarias,parabens.

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  3. vc sabia que pesca submersa é proibido pense nisso se é pra se orgulhar tire a foto dentro da agua ou faça a pescaria esportiva pegue e solte abraços

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  4. Rogerio, grato pelo seu comentario mas se calhar deveria se informar melhor sobre a Pesca Submarina antes de colocar um comentario desses totalmente desprovido de verdade.

    Um abraço...

    Eleuterio, fico contente que gostou, tentarei continuar a agradar...um abraço...

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